quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Volúpia



 
No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
--- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

                            Florbela Espanca

Loucuras e devaneios (... e então ... dei-me)

 


Chamo devaneio e loucuras à minha real e improvável forma de estar na vida, e com os outros, mortais e imortais.
Chamo devaneio e loucura:
Ao olhar perdido e enigmático, ausente e distante, sensual e atrevido
Ao sorriso inocente com intenções menos inocentes
À linguagem corporal com devoção ao ser MULHER
Ao respeito infinito por mim
Ao prazer só pelo prazer
Ao sexo só pelo sexo, sem explicações, comparações, interjeições...
A perversidade do meu ser
A procura de mais conhecimento
À crença em valores profundos
Ao sorriso inesperado
À gargalhada contagiante

A perversidade corre-me nas veias com se de sangue se tratasse, e como se sangue eu tivesse.
Incorro em confissões desnecessárias.
Sorvo o outro.
Parasita de um qualquer hospedeiro.

Mas do Amor, nada sei e contudo já tive tanto.
De muito me interrogar e mutilar, perdi-me do Amor.
No entanto, em todas as encruzilhadas da minha vida, lá está ele, e mais uma vez esterilizo as minhas intenções.
Conoto-o com o inatingível, com a imensidão do universo.
Devoro-o até à exaustão e ... depois ... esfomeada e cansada procuro-o de novo.
Momento a momento transformo-me e recrio-me, obrigam-me.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sentindo encontrei-ME


Envoltos em mistérios seguimos os dois de carro até ao Porto.
Chegados à cidade instala-mo-nos num excelente hotel.
Os nossos corpos não resistiram, e ao entrar no quarto ele lança-me para a cama.
Eu ansiava aquele momento, tínhamos esperado por ele em êxtase.
O meu corpo chamava o seu másculo corpo já em gemidos de prazer.
Nos beijos as nossas línguas tocavam-se como se de algo divino se tratasse.
Era tamanha a cumplicidade que o sexo avizinhava-se maravilhoso.
Despimos nossas roupas, inquietos por aquele desejo, e nossas mãos em harmonia tocavam nossa pele.
Jamais duvidei ou interroguei o que quer que fosse, queria-o, desejava-o e era mútuo.
Enquanto nos tocávamos o desejo apressava-nos mas as nossas almas sossegava aquele fogo da paixão.
Sorvemos cada pedaço daquele nosso tempo e depois absorvemos o prazer.
Ele pega-me e vira-me de costas ... aí já toda eu era dele.
Quando o sinto dentro de mim, os meus gritos de prazer e loucura aumentaram.
Pedia-lhe que me penetrasse com força, que não parasse.
Agora já não podia voltar atrás, não queria voltar, queria senti-lo dentro de mim, queria sentir a dor.
A dor do gozo, do êxtase, do âmago do nosso ser.
Nesse dia senti e encontrei-me, alimentei-me do seu corpo, do seu ser.

Give me a reason,


to live
to be me
to survive
to sing this song with you
to wish be with you
to make myself clear
to go
to search myself in you
to don't care
to dream
to say goodbye
to think carefully
to believe
to choose our way
to say ... "what really matters?"
to turn the page
to uncover all my fears
to dig my grave
to don't
to do
to look outside
to trust
to be loved
to love
to not ask ... "why?"
to look inside you
to stop the pain
to find in you
to sleep
to be OK
to stay here
to forget all
and give me a reason,
to forget us